Quando se decide abrir um negócio próprio, surge a dúvida sobre ter ou não um sócio. Uma decisão tão importante que deve ser pensada e levada em consideração como um desafio. Se pararmos para avaliar todos os pontos positivos e negativos de uma sociedade, é possível entender o quão necessário ou não ela é para o empreendimento.
O sucesso de uma sociedade é algo que não pode ser avaliado antecipadamente, pois depende de vários fatores. Não existe o melhor caminho, o melhor jeito ou uma receita pronta. É na vivência, no dia a dia, na resolução dos problemas e na partilha das glórias que você poderá avaliar se essa decisão foi correta ou não.
Um dos maiores medos dos empresários, e, talvez, um dos motivos pelos quais muitos resolvem se arriscar sozinhos, é: o rompimento da sociedade. Acreditamos que essa decisão é algo que marca a carreira de ambos os profissionais, principalmente em casos que envolvem amizade e família. Quantas sociedades rompidas não desfizeram amizades de uma vida toda ou ainda causaram tamanho estresse entre os familiares, criando o famoso “climão”. Sociedades em família são ainda mais complicadas.
Um sócio é alguém que conhece seus limites, suas capacidades, o melhor e o pior de você. Nesse tipo de relação, fica difícil não criar vínculos afetivos, por mais que valha a famosa máxima: “amigos, amigos, negócio à parte”. Muitas sociedades são comparadas com um casamento e caso decida por encerrá-la, o “divórcio” pode ser um pesadelo.
Há também os casos de sociedades de pleno sucesso, que a dedicação e o respeito dita as regras do trabalho diário. Entenda que esse tipo de relação não envolve somente o trabalho, mas sim um conjunto de fatores: família, outros projetos, estudos, etc.
Ambos os sócios precisam estar juntos nas diferentes situações que ocorrem na empresa. Se um problema, resolver juntos, se uma conquista, comemorar juntos. Ambos comprometidos e em sintonia, não há como dar errado e é por isso que a decisão de optar pela sociedade é tão importante.
Errado é quem inicia seus planos de empreendedor pensando em convidar alguém para fazer sociedade, mas visando apenas o investimento financeiro que essa outra pessoa dará. Se você não tem capital suficiente para dar o primeiro passo, mas pensa em contar inicialmente com uma pessoa para isso e logo após dar tudo certo tirá-la da jogada, já começou errado.
Convidar alguém para a sociedade visando apenas o dinheiro dela e depois simplesmente tirá-la de jogo comprando sua parte, não é só desonesto, mas você também estaria desconsiderando os planos dessa pessoa. Se precisar de dinheiro e puder contar com alguém, deixe bem claro desde o início que seu plano é seguir em frente sozinho após o negócio decolar, assim a sociedade temporária fica muito clara e vocês não terão problemas futuramente.
Convidar alguém para ser seu sócio é, além de uma tarefa difícil, algo delicado. O interesse dessa pessoa muitas vezes não está claro. Há aquele tipo de sócio que quer investir, mas que no fundo quer colocar o filho ou algum parente para trabalhar na empresa. Isso não é o que você procura. Invista em pessoas que irão somar contigo, com suas próprias experiências profissionais, principalmente.
Tenha claro para si mesmo o que você busca com um sócio e analise se a pessoa que está em vista realmente é compatível com o tipo de negócio que você quer abrir, e se, principalmente, ela é compatível com os seus objetivos, seja a médio ou longo prazo.
Você tem a ideia e a experiência, mas não todo o capital para implantar no negócio. O que fazer? Buscar um sócio para dividir igualmente esse investimento ou procurar um sócio investidor que entrará apenas com o dinheiro? Seja qual for o seu papel, é imprescindível que os dois se envolvam por igual no negócio, pois só assim será possível ver a empresa crescer. Não basta só ter a ideia e a vontade, bem como não basta ter só o dinheiro. Os dois se complementam por um bem maior.
Além de tudo isso, o sócio investidor não deixará de ser sua companhia nessa longa jornada, seja como um conselheiro ou alguém para compartilhar suas ideias e planejar os próximos passos do negócio.
Esteja preparado para dividir informações, dialogar, bater pontos, discutir ideias, respeitar o ponto de vista do outro, alinhar as expectativas, tomar decisões em conjunto e muito mais. Não se trata apenas de ter mais alguém ali, se trata de você e sua empresa estarem preparadas para receber essa nova pessoa.
No mais, boa sorte no seu negócio! Acredite no seu potencial e encontre um aliado para enfrentar essa longa jornada que é o mercado profissional.
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